quarta-feira, 23 de maio de 2012

OS 10 MANDAMENTOS

Quando se menciona Assêret Hadibrot, mais comumente conhecida como os Dez Mandamentos, algumas pessoas possuem uma falsa impressão de que existem Dez Mandamentos que foram separados como sendo os mais importantes da Torá. Mas na verdade a tradução correta de Assêret Hadibrot é "Dez Falas" ou "Dez Ditos", sendo que estes são dez princípios que incluem toda a Torá e seus 613 preceitos, inclusive estes dez.

As próprias letras de Assêret Hadibrot demonstram este fato. Os Dez Mandamentos são escritos com 620 letras significando que D’us deu no Sinai os Dez Mandamentos que abrangem os 613 preceitos e as sete Leis de Nôach; 613 com 7 somam 620.

É interessante notar que a soma dos números 6, 1 e 3, de 613 totaliza dez (Mandamentos), mostrando também que as 613 mitsvot incluem os Dez Mandamentos.

1. Eu sou o Senhor, teu D’us, que te libertou da terra do Egito, da casa da servidão.

2. Não terás outros deuses diante de minha presença. Não farás para ti imagem esculpida, nem nada semelhante ao que há nos céus acima, ou na terra embaixo, ou na água debaixo da terra. Não te prostrarás diante deles nem os servirás; pois Eu Sou o Senhor, teu D’us – um D’us zeloso, que visita as iniqüidades dos pais nos filhos, até a terceira e quarta geração dos que aborrecem. Mas mostrarei bondade para centenas de gerações àqueles que Me amarem e cumprirem Meus mandamentos.

3. Não jurarás pelo nome do Senhor teu D'us em juramento vão; pois D'us não absolverá ninguém que use Seu nome em vão.


4. Lembra-te do dia de Shabat, para santificá-lo. Por seis dias deverás trabalhar e cumprir todas tuas tarefas, mas o sétimo dia é Shabat de teu D'us; não deves fazer nenhum trabalho – tu, teu filho, tua filha, teu servo, tua serva, teu animal, e o peregrino que estiver dentro de teus portões – pois em seis dias D’us fez os céus, a terra, o mar e tudo que neles está, e Ele descansou no sétimo dia. Por isso abençoou o dia de Shabat, e o santificou.


5. Honrarás teu pai e tua mãe, para se prolonguem teus dias sobre a terra.




6. Não matarás.

7. Não adulterarás.

8. Não furtarás.

9. Não dirás falso testemunho contra o teu próximo.

10. Não cobiçarás a casa do teu próximo, não cobiçarás a mulher do teu próximo, e seu servo, e sua serva, e seu boi, e seu asno, e tudo que seja do teu próximo.


FONTE: PT.CHABAD.ORG

terça-feira, 22 de maio de 2012

QUE TEMPO

Que estranho fenômeno é este
que num momento chegamos ao fim,
para logo a seguir começar outra vez?

Que dias são esses que passam
e correm acelerados,
que levam com eles a vida
arrastam a nossa história
e deixam memórias guardadas
arrumadas,
sem que se possa esquecer?

Que intensidade é esta
que nos faz transbordar de emoção
não pelos grandes eventos
que vem com os dias que correm
mas pelo quotidiano
repleto de risos, comidinhas caseiras
sonhos e muita brincadeira?

Que lágrimas são essas que rolam
enquanto o tempo passa correndo
e nem se quer pára
e repara que ele é preciso,
para apagar a dor
e arrumar lembranças
de gente que se foi,
dos sonhos de criança
e então correr outra vez?

Que sabedoria é esta
que enche a nossa vida de encanto,
acalanto para alma cansada
e que nos faz gerar
e driblar o tempo
e nos perpetuar...?

Que tempo é este
que pensa mandar nos dias,
mas não conhece o Eterno
e nem desconfia
que enquanto passa apressado,
acelerado
não tem autonomia,
segue cansado
de tanta fadiga
e nem vê que na verdade
“tem muito mais olhos
do que o tamanho
da sua barriga...” *


Arlete Castro
30.12.2011

terça-feira, 15 de maio de 2012

FALANDO DE PERDÃO

Perdoar... perdoar... perdoar...
O que é isto?
Perdoar... desculpar... absolver...
Vale a pena perdoar?
Perdoar... poupar... remitir as faltas...
É nobre perdoar?
Quem tem rancor não perdoa.
Quem perdoa não sente rancor.

Perdoar é não sentir raiva, é abster-se do ódio.
Perdoar é a escolha de privar-se da mágoa. É impedir a presença da raiva, do ódio, do rancor.
Não é magnífico?
Não é magnífico o prazer de aliviar alguém?
Não é magnífico proporcionar consolo a quem agrediu ou causou dor?
Conceder o perdão é propiciar clemência, indulgência, lenitivo, alívio, consolo.
Perdoar é importante, sim, e muito. É muito interessante para o equilíbrio interior fazer as pazes com quem nos magoou e com a nossa pessoa. Isto é perdoar. É fazer as pazes, pois o perdão alivia. Entretanto, o perdão é um dos conceitos mais difíceis de pôr em prática. E também de ser entendido.

O perdão não contribui para a injustiça? Quem causa o mal merece ser perdoado? Quem causa dano não merece perdão, muitos dizem e ouvem. Aqueles que nos feriram, se perdoados, não voltarão a nos ferir? Aqueles que nos magoaram não vão se aproveitar da nossa benevolência? Muitas vezes, o desgosto com os prejuízos e as ofensas não se reduz com o passar do tempo. Ficamos enfurecidos com nossos pais pelos erros cometidos durante a nossa infância. Ficamos revoltados com quem já abusou da nossa boa-fé. Ficamos irritados com quem nos aborreceu de alguma forma em algum lugar.
O que fazemos sempre e geralmente?
Guardamos a ferida dentro da alma como tesouro precioso, para tirá-la da memória de vez em quando e fitá-la, absortos, como se fosse um álbum de fotografias, uma jóia de vitrine. Nesse momento, passamos outra vez pela mente, o filme do episódio imperdoável, e o revivemos. O desgosto com o passado se alimenta de grandes porções do presente. Isto é o rancor, a mágoa, a raiva.
E por que valeria a pena perdoar?
Por uma questão religiosa?
Por altruísmo?

Há alguma questão que seja impossível de desculpar em um mundo tão absolutamente cruel?
É possível dominar o perdão? O que significa, verdadeiramente, esse sentimento transformador?
“Os aviões do rancor se convertem em fonte de estresse e, muitas vezes, o resultado é um choque”, afirma Fred Luskinn, conselheiro, psicólogo da saúde e diretor do Projeto do Perdão, da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos. Em seu guia O poder do perdão, que reúne casos e estudos tirados desse programa, Luskin explica que os problemas não solucionados são como aviões que voam dias e semanas sem parar e sem pousar, consumindo recursos que podem ser necessários em caso de emergência. “Perdoar é a tranquilidade que se sente quando os aviões pousam”.

Perdoar não é aceitar a crueldade. Perdoar não é esquecer que algo doloroso aconteceu. Perdoar não é aceitar o mau comportamento. Perdoar não significa reconciliar-se com o agressor.
O perdão é importante para quem perdoa, não para quem ofendeu.
Aprende-se a perdoar como se aprende outras coisas. Ao perdoar, admitimos que nada se pode fazer pelo passado, e isso permite que nos libertemos dele. Perdoar ajuda os aviões a pousar para que sejam feitos os ajustes necessários.

O perdão concedido por nós serve para relaxarmos e não indica que aceitamos algo injusto, mas significa não sofrer eternamente pela ofensa ou pela agressão.
Mas, e se a agressão tiver sido grave demais, como perdoar ao agressor?
Qual o segredo para agir com tanta integridade?
Resiliência é a palavra certa para o contexto.

Resiliência, um conceito psicológico que define a capacidade de superar as adversidades e ser forte durante as crises. A resiliência é a reação positiva. É um espaço de liberdade interior que permite não se submeter às feridas.
Resiliência é a forma positiva de reagir às adversidades.
Quem consegue superar tragédias ou sair de períodos difíceis de dor emocional pode abandonar o papel de vítima e começar uma vida nova.
Você já se perguntou por que algumas pessoas, oprimidas pelo desamparo na infância, caem na delinquência e se tornam agentes de agressão, ao passo que outras se recuperam, tornam-se pessoas de bem e são felizes, fortes, prósperas e bem sucedidas?
A resposta é a resiliência. E, para ser resiliente é necessário saber perdoar.

Um dos ingredientes necessários à resiliência é o perdão.
Sem perdão não podemos crescer nem ficar mais fortes com a adversidade.
Sem perdão não conseguimos ser flexíveis e resilientes. Algumas pessoas conservam a dor para mostrar ao mundo como foram maltratadas, e não querem perceber que assim se prejudicam.
Ao mundo, não interessa o nosso passado, só o que somos capazes de fazer e dar agora. Quando nos apegamos à dor antiga, a autocomiseração embota a capacidade de dar e, quando assumimos o papel de mártires, ficamos à espera que alguém resolva milagrosamente a nossa vida.

O perdão nos ajuda a reconhecer e admitir que somos frágeis e que não precisamos esconder essa fragilidade. Quando nos tornamos conscientes dos nossos limites, evitamos que a experiência se repita.
O perdão é também proteção contra as doenças.
Além da saúde espiritual, existem várias provas de que deixar para trás a hostilidade protege a saúde física. Um estudo chamado Perdão e Saúde Física, realizado pela Universidade do Wisconsin, mostrou que aprender a perdoar pode ajudar indivíduos de meia-idade a evitar doenças cardíacas. Nessa pesquisa foi descoberto que quanto maior a capacidade de perdoar, menos problemas nas artérias coronárias surgem no decorrer da vida. Por outro lado, quanto menor a capacidade de perdoar, mais frequentes os episódios de doenças cardiovasculares.

Em relação à recordação das feridas, eis aqui outra informação importante: uma pesquisa indicou que pensar cinco minutos em algo que provoca agitação, raiva ou desgosto pode diminuir a VFC – variabilidade da frequência cardíaca – parâmetro da saúde do sistema nervoso que mostra a flexibilidade do sistema cardiovascular.
Para enfrentar e reagir ao estresse em boas condições, o coração precisa de flexibilidade. O mesmo estudo mostrou que esses cinco minutos de pensamento negativo desaceleram a reação do sistema imunológico, que defende o organismo.
Os benefícios do perdão – aqueles que protegem o corpo e os que aliviam a alma – não se aplicam somente aos outros, mas também a nós mesmos. Quando, apesar dos erros e culpas, somos capazes de nos perdoar e deixar de nos sentir merecedores de castigo, cooperamos com o nosso bem-estar íntimo.
Perdoar não é esquecer nem persistir no erro. É começar de novo, com a experiência adquirida, sem os rancores a sobrevoar e confundir as possibilidades do presente.
O perdão não é algo que ofertamos ao outro, mas um presente vital que damos a nós mesmos. 

Além disso, se não perdoamos as pessoas que nos magoam, não podemos ser perdoados por Deus:

Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celestial vos perdoará a vós; se, porém, não perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai vos não perdoará as vossas ofensas. Essa é a mensagem bíblica de Mateus cap. 6 versos 9 a 15.

terça-feira, 8 de maio de 2012

A ORIGEM DO APELIDO "CRISTÃO" - ONDE SURGIU PELA PRIMEIRA VEZ ?

O apelido "cristão" surgiu pela primeira vez na cidade de Antioquia em referencia aos discípulos de Cristo naquela cidade (“E sucedeu que todo um ano se reuniram naquela igreja, e ensinaram muita gente; e em Antioquia foram os discípulos, pela primeira vez, chamados cristãos.” At.11:26). Foram assim chamados pelos moradores daquela grande metrópole devido ao bom exemplo que davam e por sempre testemunhar a respeito de Jesus. Desde então o apelido pegou e suplantou os outros apelidos que eles tinham, como por exemplo, o de "nazarenos", apelido pelo qual eram conhecidos os discípulos pelos judeus (“Temos achado que este homem é uma peste, e promotor de sedições entre todos os judeus, por todo o mundo; e o principal defensor da seita dos nazarenos;” At 24,5). O apelido cristão generalizou-se de tal forma que em pouco tempo todos os membros das igrejas de Cristo foram assim chamados. Não houve outro que representasse tão bem os discípulos de Cristo até meados do terceiro século, período no qual houve a necessidade de acrescentar um sobrenome a este apelido.

Até o século terceiro não havia nenhuma instituição denominacional como temos hoje. Não havia a Igreja Católica, ou a Igreja Batista, ou a Igreja Anglicana. Havia apenas a Igreja de Jesus Cristo, e como vimos, seus membros foram apelidados de cristãos. Jesus, ao instituir sua igreja, nunca a chamou por um nome como Católica ou Batista. Chamava-a de "minha igreja" (“Pois também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela;” Mat. 16:18), ou quando muito, colocava o nome da cidade onde ela se encontrava "Igreja de Esmirna" (“E ao anjo da igreja que está em Esmirna, escreve: Isto diz o primeiro e o último, que foi morto, e reviveu:” Apoc. 2:8).