domingo, 10 de abril de 2011

O NAMORO CRISTÃO

Na Bíblia não encontramos absolutamente nada sobre namoro, até porque, os costumes das nações antigas tratavam a relação entre homens e mulheres de forma completamente diferente dos nossos dias. Para inicio de conversa, eram os pais que definiam com quem seus filhos iriam contrair matrimônio. Se junta a isso o fato de que tal decisão era inquestionável e irrevogável, cabendo aos filhos obedecer à determinação patriarcal.

Hoje os costumes são diferentes. Ao contrário do passado os pais já não possuem influência na decisão com quem seus filhos deverão casar. Na verdade, desde muito cedo os adolescentes são instigados pela sociedade a se relacionarem em namoro, desfrutando assim de uma relação independente e "livre" da influência familiar.
Em virtude da banalização das relações afetivas entre moças e rapazes, não são poucos os casos de adolescentes e jovens que se arrebentaram emocionalmente em uma relação errada. Ora, como já escrevi, anteriormente, não sou contra as relações de namoro que um jovem possa desenvolver com uma moça. Antes pelo contrário, acredito que relações afetivas entre um rapaz e sua namorada contribuem significativamente para o desenvolvimento de uma auto-estima saudável. Sou contra sim a banalização das relações, sou contra as “ficações” que contribuem para o adoecimento da alma de nossos adolescentes, sou contra o beijar por beijar!
Salomão em sua grande sabedoria afirmou: “Existe um tempo determinado para todas as coisas na vida”. Sim, isso mesmo, na vida existe momentos pra tudo! Há tempo de plantar e tempo de colher, há tempo para abraçar e deixar de abraçar, em outras palavras isso significa dizer que existe um tempo determinado por Deus para desfrutarmos de carinhos, afagos, abraços e beijos de alguém. Em contrapartida, isso significa dizer também que existem momentos na vida, que somos chamados a um momento de reclusão onde outros valores necessários a uma existência plena nos são trabalhados.
Caro leitor, creio que o período de namoro deve ser essencial a maturação dos que se gostam. Acredito também que deve ser um tempo de convivência diária, de conhecimento mútuo, além de iniciar um relacionamento mais próximo da família daquele que se relaciona. 

Pois é como afirmei, a Bíblia não menciona absolutamente nada sobre namoro. Na realidade ela nem faz referência a isso. Entretanto, os princípios cristãos que devemos observar quando a santidade e relacionamento pessoal devem ser obedecidos integralmente.

Meu namoro é da vontade de Deus?

Volta é e meia ouvimos dos casais enamorados dúvidas do tipo: será que o meu namoro é da vontade de Deus? Como posso ter certeza de que Deus está abençoando o meu relacionamento? Ou ainda, como saber se esta ou aquela pessoa é a que Deus separou para mim? A luz destes questionamentos desejo fornecer de forma prática e objetiva algumas dicas para se descobrir se o seu namoro é da vontade de Deus:
1- A Paz de Deus. As Escrituras afirmam que a paz deve ser o árbitro em nossos corações “Seja a paz de Cristo o árbitro em vosso coração” (Colossenses 3:15). O árbitro é aquele que resolve uma questão, que direciona e mostra a verdade. Em outras palavras isto significa dizer que a paz de Cristo deve ser observada como um dos indicativos de que o relacionamento em questão é ou não da vontade de Deus. Assim, se o namoro rouba paz, ou leva a pessoa a ficar distante de Deus, trazendo ao coração inquietação ou perturbação, cuidado, é porque algo está errado. Vale à pena ressaltar que lutas, problemas e obstáculos sempre existirão. Todavia, se o relacionamento descaradamente lhe tem roubado a sua paz interior, como também a sua comunhão com Deus, seja isto talvez um grande indício que o Senhor não está nesse relacionamento.
2- Minha família aprova? Um fator que deve ser observado é se a família aprova o namoro. Conheço inúmeros casos de namorados que enfrentaram seus pais e familiares e que tiveram problemas seriíssimos. Ora, por favor, pare e pense: Se a família não aprova o relacionamento agora quando não se tem tantos problemas, imagine depois de casado e com filhos. Isto dito, sou levado a acreditar que a opinião dos pais ou filhos devem ser levado em consideração.
3- E o meu pastor? O que tem a dizer? A pós-modernidade trouxe a baila um conceito que mais do que nunca tem norteado negativamente a nossa sociedade. É comum ouvirmos por aí: “A vida é minha, faço o que quero e não tenho que dar satisfação a absolutamente ninguém.” Infelizmente, em nome de uma independência burra e ensimesmada muitos casais começam a namorar sem ouvir a opinião de seus pastores e líderes. Ora, é claro que os pastores não podem e nem tampouco tem o direito de determinar se o namoro deve ou não acontecer, entretanto, não consultá-los e ouvi-los é um erro gravíssimo. Creio que os “apaixonados” ao decidirem compartilhar com o conselheiro ou pastor sobre a possibilidade de se namorar alguém, demonstra maturidade e disposição de se fazer a vontade de Deus.
4- Existe jugo desigual? O namoro e o casamento devem ocorrer entre pessoas que estejam em igualdade de situações. O fato de existir discrepâncias espirituais, sociais e culturais pode proporcionar um seriíssimo problema relacional entre aqueles que se gostam. Em um relacionamento onde uma pessoa possui escolaridade ou bagagem cultural bem maior do que a outra, a possibilidade de se vivenciar problemas é potencializada de forma substancial. Além disso, o jugo desigual pode caracterizar-se pela diferença de idade entre o casal. Em boa parte dos casos onde a diferença etária ultrapassa os quinze anos as chances de problemas são absurdamente significativas.
5- Existe afinidade mútua de valores e conceitos? Os que namoram precisam ter em comum os mesmos valores e conceitos. Na verdade, ambos precisam enxergar os padrões bíblicos de moral e decência de modo uniforme. Em outras palavras isto significa dizer que ambos necessitam estar dispostos a viver e relacionar-se um com o outro de forma pura e santa. 
Caro leitor, ao responder negativamente duas ou mais destas perguntas, acredito que você deva refletir se vale à pena desenvolver no coração expectativas de frutificação com aquele que tem se relacionado.
Lembre-se que namoro é coisa séria e que tomar decisões erradas pode lhe trazer conseqüências funestas.

E o Sexo? Pode rolar?

A AFP divulgou em janeiro de 2008 que a maioria dos britânicos já não desaprova as relações sexuais antes do casamento ou entre casais de mesmo sexo, apesar de continuar a manter uma atitude mais tradicional no que se refere à educação das crianças. 1

Segundo a reportagem, nos dias de hoje, setenta por cento dos britânicos não criticam as atividades sexuais antes do casamento. Já em 1984, a percentagem era de 48 por cento, segundo o relatório preparado pelo Centro Nacional de Investigação Social. Dois terços dos britânicos consideram que socialmente há poucas diferentes entre casamento e “viver junto”. Do total, 54 por cento acham que uma relação de casal sólida não implica forçosamente viver sob o mesmo teto e 69 por cento consideram que se pode viver uma vida feliz e realizada mantendo-se solteiro.
Pois é, infelizmente a banalização da sexualidade também tomou conta de boa parte dos arraiais evangélicos. A afirmação de que sexo antes do casamento é pecado, sempre foi defendido por praticamente todas as igrejas protestantes. Todavia, por fatores dos mais diversos, tais princípios não estão sendo obedecidos por mais da metade da juventude evangélica brasileira. É exatamente isso o que diz um extenso trabalho de pesquisa entre 1994 e 2000 realizado pelo Ministério Lar Cristão.
Num levantamento inédito, que ouviu mais de cinco mil rapazes e moças, membros de 22 diferentes denominações, o resultado veio ao encontro daquilo que se suspeitava há muito tempo, mas nunca tinha sido comprovado assim, na fria lógica dos números: Nada menos que 52% dos jovens evangélicos criados na igreja praticam o sexo pré-nupcial. Destes, a metade não fica numa única experiência e mantém vida sexual ativa com um ou mais parceiros. Segundo a pesquisa, a idade média da perda da virgindade é de 14 anos, para os garotos, e 16, para as moças, ou seja: para horror de pastores, pais e educadores, quando o assunto é sexualidade juvenil, a Igreja está se aproximando cada vez mais dos padrões liberais da sociedade moderna.
Caro leitor, como cristãos, não devemos nos curvar diante da imoralidade que tem destruído parte da sociedade brasileira. Como discípulos de Senhor, temos por missão anunciar a esta geração os princípios e pressupostos bíblicos. Ora, a Bíblia é bastante clara no sentido de mostrar que Deus criou o homem e a mulher para que se unissem em matrimônio se tornando uma só carne, abençoando o ato sexual, ordenando ao homem que se multiplicasse.
O sexo no matrimônio não é pecado, mas uma ordenança divina em seu projeto original. Entretanto, o homem, como tudo mais, deturpou este aspecto da criação de Deus. A idéia do sexo antes do casamento é leviana e irresponsável, pois parte do pressuposto de que pode existir uma união sem compromisso, o que obviamente nunca esteve nos planos de Deus.
Caro amigo, a impureza é um pecado sexual. Todos os atos impuros praticados entre casais não casados é obra da carne. Ouso afirmar que diante da avalanche devastadora que atualmente tenta transformar o sexo antes do casamento em um fato normal e aceitável, somos chamados pelo Senhor a vivermos a vida cristã de forma irrepreensível, esperando com paciência o casamento para assim desfrutarmos desta maravilhosa bênção de Deus chamada sexo.
AUTOR: Pr. Renato Vargens


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