terça-feira, 22 de maio de 2012

QUE TEMPO

Que estranho fenômeno é este
que num momento chegamos ao fim,
para logo a seguir começar outra vez?

Que dias são esses que passam
e correm acelerados,
que levam com eles a vida
arrastam a nossa história
e deixam memórias guardadas
arrumadas,
sem que se possa esquecer?

Que intensidade é esta
que nos faz transbordar de emoção
não pelos grandes eventos
que vem com os dias que correm
mas pelo quotidiano
repleto de risos, comidinhas caseiras
sonhos e muita brincadeira?

Que lágrimas são essas que rolam
enquanto o tempo passa correndo
e nem se quer pára
e repara que ele é preciso,
para apagar a dor
e arrumar lembranças
de gente que se foi,
dos sonhos de criança
e então correr outra vez?

Que sabedoria é esta
que enche a nossa vida de encanto,
acalanto para alma cansada
e que nos faz gerar
e driblar o tempo
e nos perpetuar...?

Que tempo é este
que pensa mandar nos dias,
mas não conhece o Eterno
e nem desconfia
que enquanto passa apressado,
acelerado
não tem autonomia,
segue cansado
de tanta fadiga
e nem vê que na verdade
“tem muito mais olhos
do que o tamanho
da sua barriga...” *


Arlete Castro
30.12.2011

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